O Típico Jeitinho Brasileiro

Brasileiro nasce preparado para a vida. Nove meses são o suficiente para que possamos criar garras e encarar a savana lá fora. Seja no Sul do País ou no Nordeste.

Apesar de meses a fio na preparação e expectativa de poder andar com as próprias pernas, muitos deles se limitam em alguns aspectos.

Gabriela, fruto do imaginário de Jorge Amado, carrega em seus genes o mais cru do típico jeitinho brasileiro. Criada nos sertões, sofridas terras de viver, a personagem ganha características que todos os outros habitantes carregam, sendo a principal destas: a inocência e a "promiscuidade".

O Povo Brasileiro vive assim: em uma terra gigante em que os patrões tornam-os submissos, utilizando a opressão. Portamos a tal inocência da personagem, diante de muitos abutres ao nossos redor, com o chão queimando aos nossos pés. A vida não é justa, mas muitos de nós encaramos as batalhas como desafios e uma certa curiosidade. A cada passo, a cada pensamento, uma vontade de descobrir o mundo além de nossos olhos. De experimentar os prazeres e deleitos da carne e do imaginário. Da alma.

Muitas vezes, desprovidos de inteligência significativa, acabam ignorando a razão e dando lugar a emoção. Não é a toa que muitos julgam mais importante um capítulo final de reality-show que um espetáculo teatral, por exemplo. Emoção é o que o brasileiro mais tem, e o que usa para enfrentar os abutres e a terra quente.

O que resta? Deixar se levar pelos pecados, pelas vontades, pela curiosidade. Por sinal, muitos acabam entrando no mundo dos narcóticos por culpa desta "superficialidade".

E o que mais impressiona é que quem tem o poder e sabe usá-lo, consegue feitos inimagináveis, como controlar mentes de uma nação. Espalham o terror, provocam um caos e vendem produtos, que estão, até então, carimbados em nossa massa encefálica.

E como eles conseguem isso? Simples, basta ter um meio de comunicação convincente. Um rádio, uma TV, um jornal ou quem sabe um livro, que nem os de Jorge Amado.

Minha redação para o tema proposto no Vestibular 2008 da UFRGS. É, ficou ruim.