terça-feira, dezembro 25, 2007

Crianças Imortais

Ontem em uma reflexão diante de um comentário feito na noite de natal, me deparo com uma filosófica pergunta: seriam crianças imortais?
O comentário feito entre uma mastigada e outra foi mais ou menos esse: - se tu for ver, quando acontece algo com uma criança, como cair de uma cadeira, esta no máximo vai chorar. Se fosse um adulto, ele se quebraria todo.
Meus trituradores bucais pararam instantaneamente, para dar vazão aos neurônios que ferviam. É verdade...
Todos nós tivemos infância e, duvido eu que não tenha acontecido alguma situação que nos deixara com histórias e chacotas para serem contadas ao longo da vida. Coisas que começam desde cedo, como cair do berço; enfiar a colher da papinha no olho e causar dor de cabeça para a mãe; engolir coisas como bolinhas, pedaços de brinquedo, enfeites de vidro natalinos (nota: eu já).
Sai desesperadamente seus pais, já esperando o pior, cidade adentro. Atravessam sinaleiras, parando o trânsito. Só para chegar no ambulatório, ficar meia hora esperando naquele ambiente gélido de hospital, e sair o pediatra de dentro de uma sala branca e dizer: ta tudo ok.

Você, provavelmente, nunca vai ver um enterro de uma criança de colo por motivos acidentais como ter enfiado a cara na privada. Ou então por ter engolido o anel de ouro de sua mãe.
Nessa áurea fase, não acreditamos na morte: a vida parece ser infinita e bonita, como a dos super-heróis japoneses dos seriados mal dublados.
A imortalidade vai de quem não conhece a realidade, ou apenas ignora ela. Crescemos e nos graduamos na faculdade da vida. Da vida que nos mostra que o mundo não devia ter saído do berço.

2 comentários:

Lucas disse...

Boa, levei 5 pontos no queixo por tentar ser power ranger e fazer aquela cambalhota de início de luta, foi divertido.

Anônimo disse...

Sabe esse pensamento foi ótimo!Apesar de eu ter sido o tipo de criança que deveria ter alguma espécie de irmandade com a sorte ,e ter feito de um tudo a saltar de arvore até bater o queixo brincando embaixo da mesa,e nunca ter posto meus pés em um hospital.Textos ótimos,tem tudo pra ser um jornalista de qualidade.