Minha colega Fran

Tempos de colégio sempre são marcantes, eu sei e todos vocês sabem. Absurdos, rolos, ficadas, bebidas no colégio, festas de turma. Tudo é sempre registrado, seja em memory cards ou na mente de cada um que passa por essa experiência engraçada e preocupante.

Fiz muita merda no Ensino Médio. Mas sabe, foi parte de um aprendizado pessoal. Ou não.
A historinha que eu tenho para lhes contar não se trata de nenhuma cena de sexo no banheiro do colégio, nenhum quebra pau entre duas garotas por um ramelento espinhento.
Vou contar uma historinha sobre uma colega que eu tive nos meus dois últimos anos colegiais, atendia por Fran.
Não, a Fran não tinha pernas longas, nem seios fartos, nem cabelo loiro ou uma panturrilha definida. Mas Fran não poderia ser considerada o "exú" do colégio.
O que mais despertava na Fran era a sua inteligência. Não, ela não sentava na primeira classe com o nariz roçando no quadro, muito pelo contrário, sempre escolhia o lugar mais fundo daquelas salas de madeira mais velhas que minha querida mãe.

Certa vez, em uma aula de Biologia, no TERCEIRO ANO (gravem a data para posterior reflexão), sexto período (normalmente são 5, mas no meu colégio tinham 2 dias que o almoço era adiado), rola um diálogo do tipo

_Caso este 3º feto venha a existir, acontece uma incompatibilidade genética com sua mãe e ele acaba falecendo.

Pra criar um suspense, tenho que narrar como foi aquela hora. Eu tava sentado na primeira classe no lado esquerdo da sala, com as pernas pra fora da classe na parte frontal, "falecendo" de calor e de fome. Sim, nessa situação eu me encontro em baixa tolerância.
No meio de linhas mal escritas com minha letra horrorosa e meus desenhos terríveis, brota uma voz lá do fundo da sala:

_Mas, sora, ele morre?

Eu respondi com um sonoro e irônico NÃO, depois ponho a mão na testa e baixo a cabeça. Riso geral. Nem a professora se segurou, juro.

Poderia narrar o fato de que, em uma aula sobre DST's, a mesma confessou ter gonorréia como alguém que diz que viu o BBB ontem, mas seria injusto. Fiquei em casa, dormindo, nesse dia.