domingo, abril 06, 2008

18 Janela 19 Corredor - Pt. 3


Janeiro de 2008 - Ida para Capão da Canoa (ônibus):


Um calor infernal. É assim que eu resumiria Porto Alegre naquela tarde de verão. O chão parecia uma frigideira de peixe, e é claro, os peixes eramos "nozes".

Meu primo Gabriel me liga, perguntando se eu não queria ir para a Praia do Barco. Lógico que na situação "peixe fora d'água" na qual eu me encontrava, aceitei na hora.
Fui até o bairro Tristeza (menos de 10 km da minha casa). O peixe entrou na banha.
Suava horrores, situação que só piorava devido a minha camiseta preta.

Comprei a passagem, já pensando nessa situação toda. Estava mais crente do que tudo que iria ter alguém sentado ao meu lado. Sexta-feira de verão, que dúvida...

De noite, vou para a Rodoviária. Lotadíssima. Todos sedentos por água e sal, vai entender...
Dou a sorte de ter um ônibus bom, janelas totalmente lacradas, oba, ar-condicionado.
Em tese, o ônibus simplesmente LOTA. Encare isso como TODOS os assentos ocupados.


Ou melhor, QUASE TODOS.

Subjetividade em textos são sempre boas nessa hora.



Janeiro de 2008 - Ida para a Praia do Barco, ou Beach Boat ("lotação")


Ok, uma mofadinha básica na parada de Capão da Canoa. Tempo de refletir...hehe.

A essa altura do campeonato, o som dos meus fones já havia morrido, em troca, ouvia uma Capão da Canoa silenciosa para a temporada.
Depois de esperar, vejo uma lotação vindo de longe, meio lenta. No canto inferior esquerdo do parabrisa, estava escrito PLANETA (primeira noite do Planeta Atlântida ocorria enquanto eu passava frio ali naquela parada de ônibus). Eu, inocentemente, achei que o pagamento ocorria antecipadamente, então parei ao lado do motorista e saquei a carteira. De certo ele achava que eu tava brincando com ele e me puxou pelo braço, me empurrando para o fundo do veículo. Pensei: FILHO DA PUTA!
Procurei me manter calmo. Minha calma durou umas 3 paradas a seguir.

Pra constar, a empresa que faz esse transporte tava cobrando R$ 0,80 centavos mais caro nessa noite, por ser um veículo "especial" do Planeta Atlântida. Grandes coisas.
Nisso, sobem duas garotas, com uniforme do Supermercado Nacional. Aí que a merda começa.
Uma delas, a mais chata (já vai saber pq), começa a resmungar por causa da passagem, falava que funcionário do Nacional ganhava pouco, que esse dinheiro iria ser o cafézinho. Ah, o Brasil...

Pensei que ia ficar por essas. Depois de muita galinhagem desse ser inquietante, de avacalhar completamente no motorista (que tinha a total liberdade de tirar aquelas duas do carro, já que ele era tão filho da puta assim).
Quando vê, a chata-pra-caralho puxa um celular da bolsa e fala algo como:


- Aí, agora vou botar uma música pra animar esse bus!


Pronto, estava preparado para cometer meu primeiro assassinato.
E começa o baile funk indesejado, e eu torcendo pra que aquele ônibus engatasse a 4ª e saisse voando a 150 km/h.

Ah, pensei comigo mesmo: onde tenho que descer?

Não conseguia me concentrar para tentar enxergar algo naquela escuridão de estrada.
Depois de aquelas vadias terem dado o ar da graça delas, terem avacalhado com um cara que resmungou contra as atitudes delas, elas se despedem daquele "público" pré-adolescente, se levantam e falam com o motorista para onde deixá-las. Opa, lembrei!

Desci na mesma esquina que elas. O escuro daquela rua, o barulho de mar que vinha do final dela, tudo isso foi meio nostálgico. Será que seria uma boa oportunidade de eu passar uma motosserra no tronco daquela infeliz ao melhor estilo Jason Vorhees?

Tomei a direção contrária e caminhei em direção do som do mar.

2 comentários:

Káh disse...

Essa tua história parece aquelas de folhetins sabe.Do tempo que Machado de Assis escrevia seus contos parte por parte *.*

Eu senti a mesma vontade matar a infeliz do baile funk.oisdjoiasjdioaijsd.Pra variar mega divertidos teus posts *-*


*Fã do Seven words*
;*

Lucas disse...

piripipiripipiripipiriguete!